16 abril 2012

Registro LXV

As cintilâncias do asfalto
enclausuraram meus poemas
de ondinha salgada,
florzinha comum
na calçada quebrada,
combinação de verde e azul
e concha partida.
Fez zumbido de mãe,
impaciência dela,
ocaso meu.
Só o sal quebrará essa prisão
de borboletas tontas
e incertezas claras.
Tudo ainda é porvir
e poema sem prumo.

Registro LXIV

Eu não sou nada
porque o dente dói.
humilhíssima dor
que derruba o homem
do alto de sua soberba.
Essencial é compaixão.