10 julho 2012

Registro LXIX






















A grama cercando a telha,
o caco de barro,
teus pés,
o quintal de tuas ideias.
No ponto onde parastes
boiava sombra e vidinha fresca:
_ pra quê seguir adiante?
Levantou-se e foi buscar
café no bule para sempre.

02 julho 2012

Registro LXVIII

Feito papéis no fundo das gavetas,
certos instantes
sempre reaparecem.
Fantasmas renitentes
de coisa pegajosa.
Queria dizer: oh Deus
me ajuda a queimar esses papéis!
E recebo seu olhar de chumbo
sobre minha fraqueza.
Até poder cuspir perdão
os papéis voltam, amarelos,
às gavetas.