29 dezembro 2011
Registro LVII
A minha resistência é a poesia.
É de lá que sai a cura,
é para lá que vou e saro.
Amanhece e entardece Adélia.
A noite Hilda canta,
escuro e fantasma,
estaca e penitência.
O sol que brota no sono
floresce por horas e eu,
ai Deus, é nos poemas
que suporto minhas trevas.
28 dezembro 2011
Registro LVI
Uma vez,
uma rima me obrigou a palavra.
Deixei-a para trás
com cravos de pedra
e botas de ouro.
Se quiser me seguir
estou livre. Ela não.
uma rima me obrigou a palavra.
Deixei-a para trás
com cravos de pedra
e botas de ouro.
Se quiser me seguir
estou livre. Ela não.
25 dezembro 2011
Registro LV
Estou é vivo agora.
Agora que choro sem dormência,
que sinto anjos brincando
em meus ouvidos
no silêncio sinuoso nas têmporas.
Os objetos todos expostos
na sala, límpidos, coloridos
e tu no meio deles
exalando flor-de-lírio, cânticos,
perfume-palavra, gente-doçura,
brancos-ferruginosos,
leite de amêndoas, mãe de poesia,
cocos silábicos, líricos, poéticos.
Nessa hora em que a fome cintila
o que deveria comer?
Vida, vida, vida...
Agora que choro sem dormência,
que sinto anjos brincando
em meus ouvidos
no silêncio sinuoso nas têmporas.
Os objetos todos expostos
na sala, límpidos, coloridos
e tu no meio deles
exalando flor-de-lírio, cânticos,
perfume-palavra, gente-doçura,
brancos-ferruginosos,
leite de amêndoas, mãe de poesia,
cocos silábicos, líricos, poéticos.
Nessa hora em que a fome cintila
o que deveria comer?
Vida, vida, vida...
Assinar:
Postagens (Atom)