22 outubro 2012

Registro LXX

Dia morno na órbita dos olhos,
de azul e luz sufocados.
Uma permanência aguda,
a penitência encharcando
as rutilâncias,
sombra de mangueira,
ranço tenro de pitanga, vespa,
isca, nesga do suspiro de Deus.
A primavera saiu assim
de um vestido,
da calçada de pedras renitentes
entre viver e esperar a noite.

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